Brasil

“Temos que lembrar que existem LGBTQs cristãos”, sobre fala de Papa

Pela primeira vez desde que se tornou líder da Igreja Católica, o Papa Francisco se manifestou sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. “Gays têm direito a ter família, são filhos de Deus”, disse em documentário. A fala da figura cristã mais conhecida do mundo dividiu opiniões. Para Andrew Oliveira, autor de literatura Queer com “Vazio em Forma” (Skull Editora), esse é um sinal de otimismo para “o período atual, que está tão cheio de obscuridades medievais”. 

“Temos que lembrar que existem LGBTQs católicos, evangélicos, ou mesmo cristãos que não se vinculam a instituições específicas”, aponta o escritor, reiterando que as pessoas da comunidade Queer escutam como devem agir a todo momento. Para Andrew, discursos de ódio que partem da igreja incitam a violência estrutural. 

O Brasil é o país que mais mata LGBTQs no mundo, em contrapartida, em junho deste ano foi realizada uma pesquisa mundial pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA. O estudo aponta a porcentagem de aceitação que a sociedade sente em relação a comunidade LGBTQ. O Brasil está ocupando o ranking em 16° lugar, com 67% da população. 

“É irônico observar que as instituições cristãs fazem absolutamente tudo o que Jesus Cristo seria contra”, Andrew se manifesta, indicando que a igreja católica tem um longo histórico de perseguição a minorias que reitera um patriarcado cis-heteronormativo. O autor de “Vazio em forma” continua: “O mínimo que a igreja deveria fazer é pedir perdão à nossa comunidade por todo sangue que já derramaram em nome do próprio poder”. 

“Vazio em Forma” se tornou ícone referencial entre a comunidade literária Queer, que — tão pouco representada — finalmente conseguiu voz para se manifestar sobre todos os preconceitos que sofre. 

Sobre o livro: 

Na história acompanhamos Frey, um pintor homossexual atormentado por uma entidade chamada A Sombra, e que precisa encarar o desaparecimento de sua filha Lírio, lhe catapultando numa imersão de memórias enquanto tenta manter as rédeas do seu casamento com Jacinto, seu marido, e iniciando além da busca pela filha perdida, uma maneira de recuperar a sua fé nas Três Irmãs, as deusas matriarcais de sua terra natal.

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