Um levantamento exclusivo realizado pela Consultoria Teleco a pedido do Movimento ANTENE-SE mostrou que a proporção de habitantes atendidos por infraestrutura na cidade de Salvador é quase três vezes maior que a proporção de países desenvolvidos, com 2,58 mil pessoas por antena. Quando os dados apurados de distribuição de infraestrutura são relacionados com a distribuição da renda média nas localidades, observa-se que a desigualdade de acesso a essa infraestrutura é mais latente para a população que ganha menos.
Segundo aponta o estudo, a carência de antenas é maior nas regiões que apresentam renda média mais baixa, como a Cidade Baixa e Subúrbio/Ilhas, ao longo da orla da cidade, que possuem: mais pessoas atendidas por uma mesma infraestrutura; menos infraestrutura por km² e menor quantidade de antenas, ocasionado uma conexão ruim, crítica ou residual. Já as áreas com renda domiciliar mais alta, como Barra/Pituba e Centro/Brotas possuem: menos pessoas atendidas por uma mesma infraestrutura; mais infraestrutura por km² e maior quantidade de antenas com condição aceitável ou limítrofe.
“A conectividade é uma ferramenta indispensável para a promoção do desenvolvimento econômico e para a redução da desigualdade social. Os dados desse estudo nos permitem concluir que há uma necessidade inegável de mudança na legislação para permitir a implantação de infraestrutura, com o objetivo de levar a abrangência dos serviços de conectividade móvel, em sua melhor forma, à população mais carente e residente nas áreas periféricas da cidade”, afirma Luciano Stutz, porta-voz do Movimento ANTENE-SE e presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).
O tema se torna ainda mais urgente devido à proximidade da implementação do 5G, prevista para julho de 2022 em todas as capitais do país, pois a tecnologia de 5ª geração demanda de cinco a 10 vezes mais antenas do que o número necessário para os padrões atuais de conectividade. Entretanto, para o cumprimento desse prazo, há um sério obstáculo: a imensa maioria das cidades brasileiras, incluindo a capital baiana, precisa atualizar suas leis de antenas. Segundo levantamento do Movimento ANTENE-SE, apenas 35 dos 5.570 municípios do País contam com leis de antenas aprovadas por suas Câmaras Municipais que estejam adaptadas para as necessidades da nova tecnologia.
Movimento ANTENE-SE
O Movimento ANTENE-SE busca contribuir para a modernização das leis sobre antenas nas principais cidades brasileiras, promover a inclusão digital e refletir sobre a implantação do 5G no país. O ANTENE-SE é resultado da colaboração de sete entidades, que representam setores diversos da economia:
• Abrintel (Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações);
• ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline);
• Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC – e de Tecnologias Digitais);
• CNI (Confederação Nacional da Indústria);
• Conexis Brasil Digital (que representa as principais operadoras de telecomunicações do Brasil: Algar Telecom, Claro, Oi, Sercomtel, TIM e Vivo);
• Feninfra (Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática);
• Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas).
A Carta Aberta do Movimento e novidades sobre o ANTENE-SE e o tema da conectividade estão no site e no perfil do Facebook.