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Vanessa Jaccoud cria Associação TRANquilaMENTE para transgêneros

Organização lança cartilha e livro que tratam de inclusão, acolhimento e saúde mental.

A psicóloga Vanessa Jaccoud criou a Associação TRANquilaMENTE, para atender indivíduos transgêneros e suas famílias, com uma equipe formada por psicólogos, psiquiatra, endocrinologista, fonoaudiólogo, cirurgião e todos os profissionais necessários ao melhor atendimento de cada caso. Localizada no Recreio dos Bandeirantes, RJ, terá valor popular e, além da parte de saúde física e mental, a Associação também promoverá capacitação, acesso a cursos de graduação e o necessário para que haja acolhimento, esclarecimento e inclusão. 

Segundo Vanessa Jaccoud, a identidade de gênero, diferente da orientação sexual, é o ato de não ter identificação com seu gênero de nascimento, de se sentir pertencente à outra identificação, diferente da biológica. Ou seja, uma criança pode nascer menina e ao longo da vida perceber uma identificação com o feminino, ou não, como isso também pode acontecer com um menino. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou esse entendimento em seu guia que serve de referência para estatísticas e diagnósticos médicos: ser transgênero – em geral, ter uma identidade de gênero que não corresponde ao seu sexo atribuído ao nascer – não é doença. Considera-se na verdade a condição de ser “trans” muito mais complexa na teoria, bem como na prática. Além de outros impactos ligados à questão da transgeneridade, existem problemas mais evidentes como a não aceitação na sociedade, dificuldades na hora de conseguir um emprego, conquistar a redesignação sexual, mudança para o nome social, além de tanta discriminação e preconceitos, os quais não faltam desde o início do percurso de transição até a fase de maturação da transição em si. Existem ainda outros obstáculos mais graves, que influenciam o fator psicológico. Tudo é delicado e complexo nesta área do humano.

De acordo com Vanessa Jaccoud , o processo de percepção da própria transgeneridade se dá, através de alguns indicadores no próprio desenvolvimento humano, tal como a disforia de gênero, que provoca intensa inquietude e incômodo ao indivíduo trans, por entender que o seu corpo não reflete o que este realmente é. “ Esta falta de identificação, acaba ocasionando outros problemas como ansiedade, angústia, depressão, e até mesmo questões mais graves, como ideações e tentativas de suicídio, pois, de forma perturbadora, pode transformar tanto os sentimentos da pessoa, quanto ocasionar problemas familiares e profissionais, avalia a profissional. Segundo Vanessa, com alguns indivíduos, podem ocorrer desconfortos indicadores da incongruência de gênero desde a infância, porém, somente no desenvolvimento da pessoa, serão evidenciados os impactos predominantes. Os indivíduos transexuais sentem como experienciando o corpo trocado, demandando o tratamento psicológico, o qual é de extrema importância na condução de todo processo de reconhecimento do seu próprio self. “Cabe ao profissional qualificado na área, contribuir para que esse indivíduo primeiro seja acolhido na sua dor existencial e assim caminhem em conjunto para seu autoconhecimento e redução ou extinção dos conflitos implicados no quadro. Com ajuda profissional a pessoa poderá entender o que está acontecendo consigo, e ser orientada a buscar a terapia hormonal, e até mesmo a cirurgia de redesignação sexual, caso deseje, recebendo orientações técnicas dos especialistas quanto a todo o processo. “Transexual, transgênero e travesti são termos que acabam confundindo muita gente sobre quais seriam as distinções entre estes indivíduos ou termos. Posso apontar que as travestis são exclusivamente indivíduos do gênero masculino que se percebem melhor no gênero feminino, sendo mulher, irão usar roupas do sexo feminino durante parte da vida para ter uma experiência temporária ou permanente de ser do gênero feminino. Algumas não farão a redesignação, outros sim. Elas podem enfrentar os mesmos conflitos e impactos que os transexuais e os transgêneros, além de encarar a falta de respeito à diversidade sexual. Por razão das identidades se pautarem pela ideia da auto identificação, sempre será mais assertivo compreender como o indivíduo se percebe e aprender sempre a respeitar essa questão.” – explica Vanessa Jaccoud. Existe muita confusão com relação às diferenças de orientação sexual e identidade de gênero, mas a psicóloga pontua: “A orientação sexual faz com que uma pessoa busque relacionamentos afetivo-sexual com pessoas do mesmo sexo (homo), sexo oposto (hétero) e ambos (bi), isso se ela não for um indivíduo assexual (não tem interesse na atividade sexual) ou pan (atração por pessoas, independente de seu sexo ou identidade de gênero). Já na identidade de gênero a questão é o sentir-se, perceber-se e identificar-se como mulher ou homem”.

SOBRE DRA. VANESSA JACCOUD (CRP 05/47172)  
Psico-Oncologista, Psicossomatista e Psicóloga Clínica. Psicologia da Saúde. Especialista em Psico-Oncologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG); Pós Graduada em Psico-Oncologia pelo CEPPS-SP; Especialista em Psicossomática (1º ambulatório com atendimento multiprofissional do mundo em Psicossomática) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Formação em Dor Crônica pela University of Minnesota (USA); Formação em Neurologia clínica (Introductory) pela University of California-San Francisco (USA);Certificação em Trauma Psicológico complexo e recuperação pela Harvard University- Medical School;Formação em Primeiros Socorros Psicológicos pela Johns Hopkins University (USA); Formação em Saúde por todo o espectro de gênero pela Stanford University (USA). Membro Titulada pela SBPO (Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia); Membro Certificada pela WPATH (World Professional Association for Transgender Health); Membro da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática-SP. Certificação Excelência em Saúde Transgênero – Harvard Medical School* Atualmente com certificação mundial em cuidados aos pacientes Transgêneros
* Autora do livro “Transgeneridade: vivências na transcendência”* Fundadora da Associação TRANquilaMENTE para cuidados de indivíduos transgêneros

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