A cisterna ao lado das casas representa uma revolução no sertão brasileiro, um dos símbolos de que a convivência com o semiárido é possível. Uma transformação nas vidas de milhões de pessoas que contou com políticas públicas e, principalmente, com a organização social. Experiência reconhecida no protagonismo da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), rede com mais de três mil organizações que, em 2019, completa 20 anos de atuação. Para celebrar as conquistas da ASA, a Assembleia Legislativa da Bahia realizará na segunda-feira (25), às 14h30, uma Sessão Especial no Plenário da Casa.
Proposta pelas deputadas estaduais Fátima Nunes (PT) e Neusa Cadore (PT), a Sessão reunirá dirigentes da rede, representantes de organizações sociais e governamentais, movimentos populares e beneficiários das ações desenvolvidas pela ASA. A programação contará ainda com uma feira com produtos da agricultura familiar e da economia solidária.
“São 20 anos de atuação no semiárido, mudando para melhor a vida dos homens e mulheres. São 20 anos construindo a partilha da água, da semente, do conhecimento e a construção da convivência com o semiárido”, disse Neidison Baptista, membro da coordenação executiva da ASA Bahia e da ASA Brasil.
Quintais produtivos, bancos de sementes e a construção de 1.294.503 tecnologias de captação de água de chuva. Ações que, segundo a deputada Neusa, levaram dignidade para as pessoas. “Essa articulação de sonhos, organizações e pessoas mudou a relação do povo com seu território. Além de garantir direitos como o acesso à água, impactou no campo das relações. O trabalhador e a trabalhadora, com o acúmulo de anos de luta, assumem o papel de protagonistas da história para transformar a vida e viver bem”, avalia Neusa.
Foi graças às contribuições da ASA que o discurso de combate à seca deu lugar a convivência com o Semiárido. A deputada Fátima Nunes lembrou essa mudança e destacou a importância do evento. “Essa será uma grandiosa oportunidade em que celebraremos os 20 anos da ASA, a mentora do Programa de Um milhão de Cisternas (P1MC), que deu oportunidade para que nosso povo continue vivendo no sertão, com a seca, desfrutando o desenvolvimento na região, principalmente na agricultura familiar. Estamos firmes e fortes na luta”, declarou Fátima Nunes
História
A ASA surgiu em 1999 durante o Fórum Paralelo à Conferência das Partes das Nações Unidas de Combate à Desertificação, a COP 3, realizada em Recife. Formada por uma rede de organizações da sociedade civil de diferentes naturezas (sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, ONG´s, Oscip, etc), a ASA defende, propaga e põe em prática o projeto político da convivência com o Semiárido.
