Política

Refugiados necessitam de mais políticas públicas, diz relatório

A Cátedra Sergio Vieira de Mello, da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), apresentou relatório em seu 10º Seminário Nacional, em que aponta para a necessidade de implementação de políticas públicas específicas que amparem os cerca de 11,2 mil refugiados atualmente no Brasil e atendam às suas demandas e dificuldades.

“Dificuldades que eles [refugiados] têm em termos de revalidação do diploma, de cursar escola pública quando estão em situação de refúgio no país, dificuldade de acessar, na verdade, os seus direitos, desinformação em relação à possibilidade de naturalização”, disse à Agência Brasil o coordenador no Rio de Janeiro do relatório O Perfil Socioeconômico dos Refugiados no Brasil, Charles Gomes.

O pesquisador é chefe do Setor de Direito Político e coordenador do Centro de Proteção a Refugiados e Imigrantes (Cepri) da Fundação Casa de Rui Barbosa. Ele disse que há desconhecimento por parte dos refugiados que estão no Brasil há mais de cinco anos que podem se naturalizar. “Muitas pessoas que a gente entrevistou tinham direito de se tornarem cidadãos brasileiros, mas não sabiam. Então, é falta de informação, de políticas direcionadas a essas pessoas”.

Muitos refugiados, segundo o pesquisador, relataram ter sofrido discriminação pelo fato de serem estrangeiros, e os africanos têm a sensação de sofrerem racismo no Brasil, porque viviam em um país de maioria negra. “O que você percebe é que a maioria conta com ajuda de entes próximos, de outros imigrantes, porque pouco foi feito em relação ao Estado e à participação do Estado em ajudá-los no emprego, normalmente. Em muitas coisas, você vê que o Estado ficou ausente no auxílio a essa população”, disse Charles Gomes.

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