Saúde

Pesquisa revela que 60% dos nordestinos não sabem o que é a Doença do Refluxo

·         Os sintomas mais comuns da DRGE são azia e refluxo²

·         Pacientes podem ter manifestações atípicas, como tosse, asma, pigarro, engasgos frequentes, entre outros²

A pesquisa Mapa dos problemas digestivos do Brasil”¹ encomendada pela Takeda, biofarmacêutica com 238 anos de história e líder de mercado na área de gastroenterologia, e realizada pelo instituto de pesquisa GFK, aponta que o Nordeste é uma das regiões que tem maior dificuldade em reconhecer os sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Segundo o levantamento, 60% dos nordestinos entrevistados afirmaram desconhecer a doença e seus principais sintomas, sendo que 43% tiveram um ou mais sinais que podem corresponder à enfermidade nos últimos seis meses¹. 

A DRGE, como é conhecida, é uma condição que se desenvolve quando o conteúdo do estômago reflui para o esôfago, provocando sintomas desagradáveis e/ou complicações2. Entre os mais comuns está a azia, que produz a sensação de queimação do esôfago, e a regurgitação, que é o retorno do conteúdo do estômago para o tórax, mais precisamente para o esôfago². Há ainda os sintomas atípicos como a tosse, dor torácica, rouquidão, pigarro, engasgos frequentes, entre outros². A pesquisa também revela que 58% não sabiam que um ou mais sintomas estão associados à doença e 37% declarou que ‘não faz nada e deixa a crise passar’, ainda que sejam graves¹.

De acordo com o Dr. Décio Chinzon, médico gastroenterologista, doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), por possuir sintomas típicos e atípicos, de leve a graves, a DGRE leva à necessidade de um diagnóstico correto, visando a melhor opção de tratamento. “É importante estar atento aos sintomas, por mais leves que se apresentem, pois podem afetar o bem-estar geral do paciente e até mesmo a qualidade do sono”, ressalta.

Para uma investigação mais profunda do cenário das doenças gástricas no Brasil, a pesquisa ainda entrevistou 377 profissionais da saúde, das especialidades clínica geral, cardiologia, otorrinolaringologia e gastroenterologia, que atendem, em média, 362 pacientes por mês. Do total de consultas, 38% envolviam queixas relativas ao sistema gastroesofágico. No caso de especialistas gastroenterologistas, o índice sobe para 70%¹.

Em todo o Brasil, os três sintomas mais recorrentes entre quem busca orientação de um médico são: refluxo, queimação no estômago e azia. 39% dos pacientes que procuram atendimento médico são recém-chegados ao consultório. Porém, quando chegam até o profissional para relatar as queixas, três em cada dez destes pacientes já estão automedicados¹.

Diagnóstico e tratamento

A confirmação da DRGE se dá por meio de exames, como a endoscopia, que continua sendo o principal método de escolha de investigação complementar: os médicos entrevistados declaram que pedem exame para 65% dos pacientes¹. Porém, o curioso é que a história clínica do paciente é muito relevante para o diagnóstico. De acordo com o Chinzon, os sintomas ditos pelo indivíduo, a frequência, intensidade e duração são fatores fundamentais para identificar a DRGE.

Após diagnosticada a doença, a pesquisa aponta alguns passos para o tratamento adequado. O primeiro deles é a mudança de vida e de hábitos, presente em 84% das recomendações iniciais da doença do refluxo em seu estágio leve. Como segundo passo, está a prescrição dos IBPs – Inibidores da bomba de prótons com 42%. As intervenções cirúrgicas são citadas com mais força somente após o uso de outras terapias, como o uso associado de antiácidos e também de antagonistas receptores H2 (ranitidina)¹.

“A falta de tratamento pode aumentar a chance de surgimento de câncer no esôfago. Isso está mais do que documentado em estudos epidemiológicos extremamente relevantes”, finaliza Dr. Chinzon.

Principais achados do Nordeste de acordo com a pesquisa “Mapa dos problemas digestivos do Brasil”¹:

– Dos entrevistados, 60% responderam que não conheciam a Doença do Refluxo Gastroesofágico.

– Porém, 43% afirmaram que já tiveram nos últimos seis meses sintomas como azia, refluxo, queimação no estômago, rouquidão, entre outros. Porém, quando questionados se tinham conhecimento que estes sinais estão associados à doença, 58% disseram que não sabiam da relação. Este dado aponta que existe um possível desconhecimento sobre a enfermidade, visto que os respondentes não fizeram correlação entre os sintomas e a enfermidade.

– Para aqueles que sentiram sintomas leves e moderados da doença do refluxo gastroesofágico, 37% e 38%, respectivamente, disseram que não buscam alívio para o incômodo e esperam que a crise de dor passe sozinha. 

– 53% dos entrevistados afirmaram que não usam/têm medicamentos para a prevenção nos momentos de crise.

– 58% disseram que a atitude mais provável da próxima vez que sentirem algum sintoma será procurar por um médico especialista.

Perfil demográfico dos entrevistados na região:  
– Homens: 47%; Mulheres: 53%.

– Classe social: A – 2%; B – 22%; C – 75%.

– De 18 a 24 anos: 18%; de 25 a 34 anos: 24%; de 34 a 44 anos: 22%; de 45 a 54 e 55 a 69 anos com 18% cada um.

– Ao todo, foram realizadas 1.773 entrevistas por telefone, no mês de agosto de 2018. Da região Nordeste, foram entrevistadas 477 pessoas, o que corresponde à fração ideal.

Referências Bibliográficas

1. GFK. Patient Journey. 2018.
2. Vakil N, et al; Global Consensus Group. The Montreal definition and classification of gastroesophageal reflux disease: a global evidence-based consensus. Am J Gastroenterol. 2006;101(8):1900-20Vakil N et al. Am J Gastroenterol 2006;101:1900

Sobre a pesquisa

A pesquisa Mapa dos problemas digestivos do Brasil é uma realização da GFK, encomendada pela marca Dexilant®, da farmacêutica Takeda, a fim de mapear a incidência de problemas digestivos no Brasil. Foram realizadas 1.773 entrevistas por telefone, em todo o Brasil, no mês de agosto de 2018. A amostra foi selecionada com cotas por sexo (52% feminino e 48% masculino), idade (pessoas com média de 40 anos), classe (68% pertencem à classe C, 28% à B e 4%, à classe A) e região. Destes, 60% são atendidos pelo SUS, 28% possuem convênio médico ou plano de saúde e 11% buscam a saúde particular.

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