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Medradense, Odemar, faz homenagem aos 57 anos de Elísio Medrado

O município de Elísio Medrado, distante 224 km da capital do estado, comemora neste 20 de julho mais um aniversário. A cidade que foi emancipada em 1962 está completando 57 anos e entre as homenagens que vem acontecendo ao longo deste mês viraliza nas redes sociais um poema escrito pelo munícipe Odemar Lúcio, publicado na página oficial da Secretaria Municipal de Educação de Elísio Medrado e que também foi distribuído na versão impressa no desfile cívico realizado neste sábado (20) . O poema reconta a história do município em forma de literatura de cordel.

Odemar Lúcio é graduando em Serviço Social, pós-graduando em História e Cultura Afro-Brasileira, profissional de enfermagem e Membro da CEE – Comissão de Ética de Enfermagem do Hospital Regional de Santo Antonio de Jesus, membro do Grupo Audiovisual Jovens em Rede, ativista social, colunista, poeta e escritor, tendo um livro publicado.

Segue o poema na integra:

ELÍSIO MEDRADO, MEU CORDEL ENCANTADO: A HISTÓRIA DO PARAÍSO – Odemar Lúcio

Primeiro pelos indígenas
Depois pelos bandeirantes
Foi sendo povoada essa terra
Pelos tantos imigrantes
Nesse cordel encantado
A história de Elísio Medrado
Vou contar nesse instante.

Muitas tribos aqui estavam
Os Cariris e Sabujás
Nativos desta terra
Moradores deste lugar
Que bravamente resistiu
Quando o forasteiro surgiu
Querendo lhes colonizar.

É muito rica essa história
Remonta a colonização
Passando pelos bandeirantes
E também escravidão
E o povo foi chegando
Povoados se formando
E se dando a ocupação.

O povoamento então se deu
E o governo da Bahia
Resolveu tornar cidade
Umas vilas maiorzinha
Ficou o dito pelo não dito
E assim viramos distrito
Do município de Santa Teresinha.

Tudo que aqui acontecia
Era pra lá que se reportava
Até os casamentos daqui
Só lá que realizava
Os noivos iam amontados
Em cavalos separados
Mas na volta se juntava.

Com o passar do tempo
Muitas casas foi juntando
As vilas que aqui já tinha
Foi crescendo, foi aumentando
Igrejas foram erguidas
Estradas de ferro construídas
E o município se formando.

Nesse período já tinha
Surgido o povoado
Que chamamos de Monte Cruzeiro
Assim hoje denominado
Com uma igreja imponente
Construída bem de frente
E de fazendas rodeado.

O clima ameno e favorável
Favorece a plantação
Banana, fumo, mandioca
Milho verde, amendoim, feijão
Além dos rebanhos de gado
Que os cabras endinheirado
Tinha como criação.

Outro importante povoado
Bonito, pacato e maroto
Antes São Francisco do Cajueiro
Hoje então Souza Peixoto
Acaju também chamado
Lugar privilegiado
Igual não existe outro.

O trem de ferro passou ali
Pra parar na estação
Transportou um pouco de tudo
Desenvolvendo a região
Como era costume no Brasil
Logo uma igreja surgiu
Pra firmar a religião.

Também em volta de uma igreja
Surgiu outro povoado
De paisagem bela e tranquila
De Paraíso foi apelidado
O povo foi se aproxegando
Foi ali se amontoando
E se dizendo apaixonado.

No Paraíso não tinha energia
Só candeeiro e lampião
Depois veio o motor
Pra gerar iluminação
João Surdo que operava
Dez da noite desligava
E era aquela escuridão.

Feira livre também não tinha
Vinha de outra região
Os tropeiros vendia caro
Sem ter pena do povão
E o povo liso no osso
Apelidou de Rapa Bolso
Pra não chamar de ladrão.

Outro fato curioso
Foi quando o primeiro carro apareceu
Era um tal de um Jeep
O povo todo enlouqueceu
Se arrumou foi pra estrada
O Jeep passou em disparada
Que nem pra ver direito deu.

Entre um causo e outro
O Paraíso foi avançando
Foi chegando mais famílias
E por ali foi ficando
E assim certo dia
Pro governo da Bahia
Um pedido foi enviado.

O distrito já tava grande
Vida própria já tinha
Queria sua independência
Do município de Santa Teresinha
O pedido foi acatado
Paraíso virou Elísio Medrado
Uma bela cidadezinha.

Em 20 de julho de 1962
Elísio Medrado ficou independente
Marcado na história
Passado, futuro e presente
Tantos anos se passou
Mas o apelido ficou
Paraíso para sempre.

Eu vou te contar um segredo
Não precisa ser no ouvido
Pode contar pra todo mundo
Não faz mal não tem perigo
Elísio Medrado até que é legal
Mas o nome oficial
Cá pra nós, tinha que ser Paraíso.

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