Brasil

Mais da metade das mulheres considera trabalho doméstico desigual

A Tarde

Levantamento foi dividido em três etapas, que tiveram como base características do público

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Coletivo Mulheres de Todas as Lutas, 85% das mulheres afirmam que a quantidade de horas trabalhadas com serviço doméstico aumentou desde o início da pandemia da Covid-19 (novo coronavírus).

Segundo o levantamento “Divisão Sexual do Trabalho Doméstico em Tempos de Pandemia de Isolamento Social”, para 51% das mulheres não há divisão do trabalho doméstico entre os integrantes do domicílio ou a divisão é insuficiente. E, quando há divisão, o maior percentual (13%) afirmou que divide as tarefas com a filha. 12,9% com mãe ou madrasta, e 5,4% afirmaram que a divisão do trabalho doméstico é feita com a trabalhadora doméstica.

Integrante do Coletivo Mulheres de Todas as Lutas, Ana Clara Auto foi a entrevistada do programa Isso é Bahia, na rádio A TARDE FM, na manhã desta terça-feira, 7, e repercutiu o resultado da pesquisa, feita por meio de um questionário eletrônico, com 1.132 pessoas de todos os estados do país, além do Distrito Federal (DF).

Para ela, apesar de o questionário ter sido respondido por homens e mulheres, os afazeres domésticos ainda recaem sobre os ombros delas. “Isso não é ainda uma tarefa que os homens realizam de maneira igual. É um reflexo do quanto esta divisão ainda é desigual. Ainda se acredita que a responsabilidade é majoritariamente feminina”, analisou.

Machismo estrutural

A ideia do questionário surgiu a partir da inquietação de uma integrante do Coletivo, que identificou em sua rotina a sobrecarga do trabalho doméstico. “O questionário diz muito nitidamente, através das respostas, que as mulheres ainda são responsáveis pelo trabalho doméstico, enfrentando jornadas duplas, triplas e o cuidado com os filhos. Então, os homens, embora em casa, esta divisão é bastante desigual e resultado do machismo que estrutura a nossa sociedade”, afirmou.

Perfil dos entrevistados

O questionário foi dividido em três etapas, que tiveram como base as características do público (estado em que reside, religião, cor – negra, parda, branca, amarela – idade, renda, etc). Segundo o levantamento, os entrevistados têm entre 25 e 59 anos, desde desempregados a trabalhadores que recebem até 20 salários mínimos.

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