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Jacaré-anão achado em Jaguaribe tem tamanho incomum para a espécie

Achado na praia, animal tem habitat natural em águas doces

Quem curte uma praia sabe que o mar com ondas baixas é bom para pegar jacaré. Ou seja, entrar na onda sem prancha e deixar que ela te leve até a faixa de areia. Só que o que os banhistas não esperavam, é que o termo fosse ficar tão literal. Um jacaré-anão de 1,60m e quase 28 kg foi encontrado, na manhã desta quinta-feira (15), na região da praia de Jaguaribe e foi resgatado pela Guarda Civil Municipal. Os agentes passavam de viatura pela orla, quando banhistas deram a mão e informaram a presença do bicho.

Médico veterinário coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas/Inema) de Salvador — para onde o jacaré foi encaminhado — Vinícius Dantas, explicou que não é tão comum encontrar esses animais em zona urbana. As duas espécies que têm mais costume de aparecer na capital são o jacaré-de-papo-amarelo e o próprio jacaré-anão. A princípio, a guarda civil chegou a crer que poderia ser um jacaré-coroa, típico da Amazônia, e que teria sido introduzido ilegal e articificialmente.

“O mais curioso é o local onde ele foi encontrado. Como não é um animal de água salgada, ele deve ter entrado em algum leito de rio, porque ele é de água doce”, supõe o veterinário. O bicho estava na faixa de areia próxima à terceira ponte, onde o Rio Jaguaribe desagua no mar. Supervisor interino do Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), André Ferreira acredita que o réptil deve ter vindo do Rio Trobogy, que muda de nome para Rio Jaguaribe ao chegar em Piatã.

No centro de triagem estadual, o jacaré, que é um macho adulto, passará por uma avaliação antes de retornar à natureza. Ainda segundo o veterinário, o réptil passará por uma avaliação clínica, sob observação médica, em que serão analisados traumas, lesões e sinais de doenças. Se ele estiver em boas condições, poderá voltar rapidamente para a vida selvagem. 

Anão?

Embora seja um jacaré-anão, o bichinho encontrado tem tamanho inusitado pra os padrões da espécie. Este tipo chega a medir, em média, 1m e o animal achado na praia tem potencial para chegar ao dobro. “A gente vai encontrar um local que seja adequado para receber esse animal, então provavelmente vamos ficar uma quantidade mínima de tempo com ele”, enfatizou Dantas.

Em Salvador, estes bichanos temidos são vistos geralmente nas avenidas Paralela e Pinto de Aguiar por causa da existência de lagoas e resquícios de mata atlântica.

Neste ano, outro jacaré foi achado no pátio de uma concessionária. Locais como parques municipais e trilhas ecológicas que estiveram fechados, por medidas de restrição, deixaram de ser frequentados pelas pessoas e começaram registrar mais vida selvagem, principalmente cobras. “Sem humanos à vista, os animais se sentiram mais seguros para frequentar”, observa André Ferreira.

Voz da Bahia

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