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Seis obras escritas por mulheres para inspirar jovens leitoras

Carolina Maria de Jesus e Ana Maria Machado estão entre as autoras que não podem faltar na lista, de acordo com Laura Vecchioli, coordenadora do Editorial de Literatura da SOMOS Educação

A leitura tem papel importante no desenvolvimento cognitivo e do pensamento crítico durante a infância e a juventude. Para o público feminino, os livros ainda se tornam grandes fontes de inspiração, representatividade e questionamento em relação ao papel da mulher na sociedade por meio do protagonismo de garotas e histórias que quebram paradigmas. Pensando na importância de livros de autoras que representem e comuniquem-se diretamente com as pequenas e jovens leitoras e com a aproximação do Dia Internacional da Mulher, Laura Vecchioli do Prado, coordenadora do Editorial de Literatura da SOMOS Educação, preparou uma lista de grandes obras escritas por mulheres para aproximar futuras grandes leitoras do mundo dos livros. 

Uma, duas, três princesasEm “Uma, duas, três princesas” (Editora Ática), a autora Ana Maria Machado conta a história de um reino com três princesas e nenhum príncipe para herdar o trono. Então, a rainha sugere ao seu marido uma alteração na lei para que mulheres também possam governar. “A autora desconstrói contos de fadas tradicionais e levanta discussões muito atuais e valiosas no processo de representatividade das mulheres. É um livro essencial para meninas que estão começando a ler sozinhas. Acho importante também destacar que a obra foi ilustrada por uma mulher, a Luani Guarnieri, e, não à toa, selecionada para o catálogo de Bolonha em 2014”, ressalta Vecchioli. 

A dona da bola e a dona da históriaSempre agitada, Bia é a melhor jogadora de futebol da escola, já Maia adora desenhar, sempre quietinha em seu canto. “A dona da bola e a dona da história” (Editora Ática) fala sobre duas amigas improváveis que, superando seus gostos e jeitos tão diferentes, aprendem a compreender melhor uma à outra. Escrito em letra bastão, esse livro de Heloisa Prieto, com ilustrações de Tatiana Paiva, é destinado a crianças que estão iniciando a leitura. “Por meio dessa história de amizade e empatia, Bia e Maia mostram que meninas não são todas iguais, que não existem brincadeiras de menina e brincadeiras de meninos e que as diferenças não impedem de criar uma grande amizade.”, afirma a coordernadora.

A fada que tinha ideiasClara Luz é uma fada que não gosta de seguir as diversas regras do livro das fadas e prefere inventar seus próprios feitiços, dando vazão à imaginação. Em “A fada que tinha ideias” (Editora Ática), a autora Fernanda Lopes de Almeida aborda de forma educativa o ato de questionar e a importância de ter autonomia e pensamento crítico. Laura Vecchioli afirma que “Fernanda Lopes de Almeida é um dos maiores nomes da literatura infantojuvenil brasileira, e sua fada Clara Luz vem marcando gerações há mais de 30 anos. Com as discussões acerca do feminismo ficando mais fortes a cada ano, essa é, mais do que nunca, uma leitura obrigatória às pequenas leitoras”.

A ervilha que não era torta… Mas deixou uma princesa assimEscrita por Maria Amália Camargo e ilustrada por Ionit Zilberman, essa revisitação do clássico conto de fadas de Hans Christian Andersen, “A princesa e a ervilha”, atualiza a história e a aproxima das leitoras das novas gerações. O livro “A ervilha que não era torta… Mas deixou uma princesa assim” (Caramelo) é destinado especialmente a crianças que ainda não leem sozinhas, e o conto irá divertir toda a família enquanto retoma essa antiga história reimaginada. Segundo a coordenadora, “Escrita e ilustrada por mulheres em 2012, esta é uma versão feminista e divertida de um clássico bastante machista e até triste, para ensinar às meninas, desde pequenas, que quando há um príncipe casca-grossa dando sopa por aí, as leguminosas verdinhas são o menor dos inconvenientes”.

Quarto de Despejo: Diário de uma favelada – edição comemorativa / Quarto de Despejo: TeatroO diário de Carolina Maria de Jesus, “Quarto de Despejo” (Editora Ática), traz o cotidiano cruel e verídico de uma mulher que sobrevive como catadora de papel e luta para alimentar seus filhos na favela do Canindé, em São Paulo. Em 2020, em comemoração aos 60 anos da publicação original, a SOMOS Educação lançou uma edição comemorativa e uma adaptação do texto para o teatro, escrita por Edy Lima e encenada por Ruth de Souza.“Carolina Maria de Jesus é uma figura essencial na nossa literatura e na história do nosso país. Uma mulher que sobreviveu como catadora de papel e fez de tudo para espantar a fome e criar seus filhos na favela. Sofreu com os mais diferentes tipos de preconceito e violência, e agora é nossa obrigação ressaltar sua história. Também devemos exaltar a Edy Lima, que lá atrás enxergou o potencial do diário da Carolina Maria de Jesus, adaptou o texto para o teatro e o entregou à sua amiga Ruth de Souza, que interpretou Carolina e ficou reconhecida como a primeira mulher negra a construir uma carreira no teatro, no cinema e na televisão no Brasil.”, conclui a coordenadora.Sobre a unidade de Literatura da SOMOS EducaçãoCom mais de 1,6 mil obras em seu catálogo e mais de 500 autores nacionais e estrangeiros, de diversos gêneros literários, a área de Literatura da SOMOS Educação reúne obras dos selos Ática, Atual, Caramelo, Formato, Saraiva e Scipione de literatura infantojuvenil. A área também é responsável pelo Coletivo Leitor, portal que busca difundir o valor e a importância da leitura e da literatura para o ser humano desde criança, estimulando a criatividade e o desenvolvimento da empatia.

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