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Especialista explica como lojistas devem se planejar para o retorno das atividades

Consultor empresarial Alex Cruz avalia novo “ponto de equilíbrio” dos negócios com a flexibilização da pandemia.

As expectativas que o segundo semestre de 2020 traria a retomada das atividades econômicas em Salvador se concretizaram na segundo semana do mês de Julho. Em coletiva de imprensa virtual, o prefeito ACM Neto (Democratas) e o governador do estado, Rui Costa (PT), anunciaram o “Retomada Salvador”, com protocolos e critérios para reabertura do comércio na capital e em demais territórios do estado.

Com mais de 105 mil casos registrados do novo coronavírus na Bahia, o retorno das atividades está condicionado aos indicadores de saúde, segundo o protocolo. Através do achatamento da curva de ocupação nos leitos de UTI COVID-19 — que se encontra em 79% — a flexibilização está prevista para acontecer gradualmente em três fases, com ciclos de 14 dias para admissão da próxima etapa.

Segundo o protocolo da prefeitura, a ‘Fase 1’ contempla menos de 75% de ocupação dos leitos para efetivar a volta das atividades no estado, seguido pela ‘Fase 2’ (- de 70%) e a ‘Fase 3’ (- de 60%). Além disso, o governo projeta a abertura de novos leitos de UTI em outras regiões da Bahia para desafogar o sistema de saúde, acelerando a flexibilização do distanciamento social.

A frente da Cruz Consultoria, o membro da Associação Brasileira de Consultores Empresariais (ABRACEM) e administrador de empresas, Alex Cruz, explica como lojistas devem se planejar no retorno das atividades econômicas. A princípio, o consultor instrui microempresários a se aterem ao novo “ponto de equilíbrio” dos negócios.

“O ponto de equilíbrio é o mínimo que o empreendedor precisa vender por mês para pagar as contas. Se um comerciante abre por abrir o estabelecimento na flexibilização, sem ter em mente esse planejamento, seu prejuízo pode ser ainda maior. Eu sugiro fazer uma avaliação, sobretudo para quem já retorna na ‘Fase 1′, de quanto você tem que vender e faturar por mês para pagar os custos acumulados”, recomenda.

Feita a avaliação financeira, Alex sugere não fazer um planejamento a longo prazo, seja em comércios de rua, lojas de shopping ou centros comerciais. O profissional explica que variáveis como a “taxa de ocupação de leitos de UTI” podem implicar no fechamento de todos os segmentos novamente, caso retorne ao patamar acima dos 75%.

“Faça um planejamento de curto período quando voltar, ciente de que o cenário ainda é muito instável. Preste atenção em métricas como movimentação dos clientes, quadro de infecções e ocupação dos leitos para não ser pego desprevenido com a ausência de consumidores ou um novo decreto de fechamento das lojas. Apesar das expectativas para retomada, o comerciante tem ainda a opção de não abrir o estabelecimento. Pode parecer loucura não retornar, mas se você decide abrir as portas, retomar a escalada da equipe, folha de pagamento, insumos e o negócio não andou, você sairá com um prejuízo maior do que antes”, alerta.

Projetando a efetividade do comércio presencial na pandemia, Alex acredita que os negócios não devem render “lucros” até o final do ano. Mesmo diante dos estabelecimentos que estão para abrir em breve, o profissional aconselha que lojistas foquem em compensar a redução do período de quarentena, trabalhando estratégias comerciais chamativas para seduzir os “novos consumidores”, que estão mais receosos, exigentes e atentos a promoções na pandemia.

Para se adaptar ao mercado inusitado da flexibilização, Alex atenta para dois cuidados fundamentais: abrir a loja com custo enxuto e reiterar que o estabelecimento atua sob as medidas de higienização. Após as instruções, o consultor auxilia lojistas a basearem as finanças em cenários distintos, para alta e baixa movimentação dos clientes.

“O primeiro contexto envolve uma grande movimentação nas calçadas, com procura por entretenimento e serviços que a população esteve privada, como aconteceu nos bares e restaurantes vistos no Rio de Janeiro. Outra suposição seria a população estar receosa em voltar as ruas, mesmo tendo liberado os setores do comércio. Em qualquer um dos acontecimentos, pode-se esperar um alerta de que o comércio volte a ter prejuízos, sejam graduais ou explosivos. Portanto, foque sempre em quitar dívidas gradualmente, em vez de procurar lucros com antecedência”, conclui.

Para conhecer mais informações sobre o planejamento estratégico de atividades comerciais na pandemia, acesse consultoriacruz.com.br ou a página do Instagram @cruzconsultoria.

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