Educação

Elika Takimoto traz provocações sobre o negacionismo científico

“Como dialogar com um negacionista” aposta no debate sobre as controvérsias da ciência como forma de alcançar quem a rejeita

Cada vez mais, parece que o mundo se divide entre quem nega a ciência e quem a defende. Nas redes sociais circulam textos afirmando que a Terra é plana, que a vacina contra a COVID-19 implanta chips para controle populacional. Geralmente, a comunicação entre os dois grupos parece difícil, até impossível, e as agressões são frequentes. Muitas pessoas desistiram de sequer se aproximar de quem é taxado como um “negacionista”. Contudo, há também pessoas como Elika Takimoto, escritora e professora de física, que se posiciona de outra maneira sobre esse assunto.

Em seu novo livro, “Como dialogar com um negacionista”, publicado pela editora Livraria da Física, a autora não apenas defende que esse diálogo é possível, mas afirma que desistir dele é permitir a instalação de um sistema autoritário em nossa sociedade. E vai além: segundo ela, talvez você não esteja tão distante de agir como um negacionista quanto pensa.

Doutor em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento pela UERJ, Vinicius Carvalho da Silva, assina o prefácio. “Negacionismo, em seu nível extremo, mata. Mas o cientificismo também é muito nocivo para a formação intelectual de um povo. Qual é o papel do jornalismo científico nesse processo? questiona Vinicius.

O livro apresenta, através de oito capítulos escritos de forma simples e direta, como os mecanismos psicológicos ligados ao negacionismo também são verificados em quem acredita estar ao lado da razão e da ciência — duas coisas que, por sinal, carregam muito mais controvérsias do que se imagina. Como defender a ciência sem ser sincero sobre suas limitações? Como buscar a democracia enquanto se recusa o diálogo?

Com essas e outras provocações, Elika Takimoto apresenta um panorama de discussões e estudos sobre história e filosofia da ciência, verdade e pós-verdade, fakenews, ceticismo, negacionismo, sociedade, educação e diversos outros temas. A autora, que pesquisou essas questões em sua formação acadêmica, também lida com elas diariamente, em salas de aula e conversas informais, e assim reúne sua pesquisa e sua experiência para a escrita do livro.

Escritora incensada, com mais de 700 mil seguidores nas redes, Elika Takimoto explica que o livro é voltado para todas as pessoas interessadas em compreender o movimento negacionista e debater ciência. O que falta, então, é responder à pergunta: se essa tarefa não apenas é possível, como também é urgente e necessária, como dialogar com quem nega a ciência? O novo livro de Elika Takimoto busca oferecer algumas informações — e muitas perguntas — para ajudar nesse desafio.

Sobre a autora

Elika Takimoto é mãe de Hideo, Nara e Yuki, doutora em Filosofia pela UERJ, mestre em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologias pela UFRJ, professora de Física do CEFET/RJ e vencedora do Prêmio Saraiva Literatura, na categoria Crônicas. É autora de mais de dez livros, entre eles: História da Física na sala de aula, Minha vida é um blog aberto, Como enlouquecer seu professor de Física, Isaac no mundo das partículas, Beleza suburbana e Nós somos a tempestade.

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