ColunasSaúde

Estética pode ajudar no diagnóstico precoce do câncer de pele

É natural que as visitas frequentes para realizar os tratamentos corporais e faciais estreitem o relacionamento e os laços de fidelidade entre o paciente e o profissional de estética, que, automaticamente, passa a observar essa pessoa em detalhes. A ponto de conseguir identificar mudanças que ela mesma não se dá conta, especialmente em áreas que não tem o hábito de olhar com atenção ou porque seus olhos não alcançam, como costas, ombros, nuca, planta dos pés, nádegas e posterior de coxas. “Foi assim que notei uma pequena mancha na orelha de um paciente e falei que tiraria fotos para acompanhar usando a regra do ABCDE, para identificar alterações na assimetria, nas bordas, na cor, no diâmetro e na evolução do sinal. Também indiquei que ele consultasse um dermatologista, claro”, conta a fisioterapeuta dermofuncional e esteticista Cacia Rusenhack, coordenadora da pós-graduação em estética clínica com ênfase em terapias aplicadas da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

A força da anamnese

Esse tipo de situação reforça a importância da anamnese bem-feita. “Dói dizer, mas acho importante reforçar que um dos maiores problemas do profissional de estética não é tratar, ele é ótimo em seguir protocolos, mas muitos infelizmente pecam no diagnóstico. Não estou falando de diagnosticar o câncer de pele, até porque isso não nos compete, mas a gente precisa, sim, desenvolver um olhar clínico. Tanto para conseguir desenhar o melhor plano de cuidados para o nosso paciente como para orientá-lo quando há a desconfiança de que sua saúde pode estar em risco. Para ajudar nisso temos excelentes ferramentas à disposição, como o dermatoscópio, que aumenta em cerca de 250 vezes o tamanho da área avaliada, e a lâmpada de Wood, que permite verificar a presença de lesões na pele, suas características e extensão de acordo com a fluorescência observada quando a região é exposta à luz UV de baixo comprimento de onda”, esclarece a professora Cacia Rusenhack.  Segundo ela, outro trunfo do profissional de estética é a capacidade de estimular o paciente a aprender a lidar com o sol. “Muita gente que deita na nossa maca ainda não sabe que precisa evitar a exposição solar entre as 10 e 16 horas, que o FPS do filtro não pode ser menor do que 30, que é preciso reaplicar o protetor a cada duas horas e escolher um produto com veículo adequado ao seu tipo de pele e que traga benefícios adicionais para facilitar sua inclusão na rotina, como o fato dele ajudar a controlar o brilho excessivo e ter cor, podendo até dispensar a maquiagem”, lista a fisioterapeuta dermofuncional. 

Olho vivo nos 3 cânceres de pele mais comuns

Regra geral, o câncer de pele se divide entre melanoma e não melanoma, sendo que neste último grupo os mais comuns são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. A dermatologista Tatiana Mattar, de São Paulo, traça as principais características deles: 

» Melanoma “É o mais grave dos tumores de pele porque ele evolui muito, muito rápido, tem potencial de metástase e pode ser fatal. Apesar de ter forte relação genética, ele também pode ser provocado pela exposição exagerada ao sol. E ele é traiçoeiro, já que aparece sob a forma de uma manchinha ou a partir de uma pinta que a pessoa tem desde a infância e de repente começa a mudar de cor, de tamanho e de formato, além de sangrar e causar uma ferida que não cicatriza no tempo habitual”. 

» Carcinoma basocelular “Representa cerca de 95% de todos os casos de câncer não melanoma. Ele tem característica genética, mas também está relacionado à exposição solar aguda na infância, algo comum para quem tem 38 anos ou mais, já que naquela época não exista a facilidade que se tem hoje de comprar protetor. Apesar do carcinoma basocelular ser mais comum em quem tem pele, cabelos e olhos claros, morenas também podem ter a doença, que geralmente aparece como uma pequena mancha que cresce lentamente. É raro ele levar óbito, mas isso pode ocorrer”. 

» Carcinoma espinocelular “Tem relação íntima com a exposição crônica ao sol e aparece sob a forma de uma ferida, que evoluiu, fica maior e, por vezes, forma uma casca dura e alta que parece uma verruga. Na maioria das vezes é preciso removê-la cirurgicamente, e tirar junto uma margem segura de pele ao redor, para diminuir o risco de a doença voltar. Caso contrário, se nada for feito, o carcinoma espinocelular pode evoluir para uma metástase”.

“Regra do ABCDE” – Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia”

Mais informações: Link: https://congressoestetika.com.br/Instagram: @congressoestetika 

ESTETIKA DIGITAL

google newa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo