Com o objetivo de capacitar e enriquecer o debate acerca da preservação do meio ambiente, o Comitê das Bacias Hidrográficas do Recôncavo Sul (CBHRS) promoveu palestras temáticas durante a 51ª Reunião Plenária Ordinária. Realizada de forma virtual por meio da plataforma Microsoft Teams, o encontro reuniu a diretoria e membros da instituição.
A programação teve início com a palestra sobre Mudanças Climáticas e Desertificação, apresentada pelo membro e representante do Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ), Renato Cunha, e pelo coordenador executivo do GAMBÁ, Rafael Freire. Durante a apresentação, Freire comentou as ações mundiais voltadas para a redução de emissão de gases estufas, a exemplo da COP. Nesse sentido, ele ainda apontou os desafios no combate ao desmatamento no Brasil.
“O desmatamento é um problema sério no Brasil desde muito tempo e precisa se reduzir significativamente. Inclusive, a gente tem a política para o desmatamento ser zero e o ilegal tem que ser combatido”, pontuou.
O coordenador executivo da GAMBÁ, Rafael Freire, ressaltou a necessidade do planejamento para a discussão da agenda climática em todo o mundo. De acordo com ele, a situação envolve critérios e setores relevantes para a sociedade, que vão além da sociedade civil, natureza e dos recursos naturais.
“Mudança climática não é só falar de cobertura vegetal, recursos hídricos, a cultura, a economia, as pessoas. É trabalhar tudo isso de maneira integrada. E o objetivo do projeto Resiliências Climáticas traz essa perspectiva de tentar integrar essas variáveis, mas olhando para a complexidade que é olhar para tantos pontos diferentes e tentar construir boas práticas ou benefícios de todos os segmentos”, afirmou.
Em seguida, a bióloga e integrante da coordenação de Gestão de Fauna do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Sara Maria de Brito Alves, apresentou o Programa de Educação Ambiental (PAT) Chapada Diamantina – Serra da Jiboia. A iniciativa visa preservar, gerir e minimizar as ameaças de extinção de espécies da região, principalmente as que não são contempladas nos instrumentos formais de conservação estabelecidos pela União ou estados brasileiros.
“O Plano elaborado, publicado no Diário Oficial, é uma ferramenta oficial do estado da Bahia e é o primeiro plano de ação baiano para conservar as espécies ameaçadas de extinção. Esse projeto traz esse recorte regional, trabalha com as espécies criticamente em extinção, que é o último grau de ameaça nos seus ecossistemas, e abrange um território de quase 4 milhões de hectares, 56 municípios. Nesse território, temos 27 espécies criticamente ameaçadas de extinção, entre elas 24 espécies da flora e 3 da fauna”, explicou.
A reunião contou ainda com os relatos da diretoria do CBHRS acerca da participação no Encontro Regional de Bacias Hidrográficas do Nordeste (Ercob), em João Pessoa (PB), entre os dias 27 e 29 de maio; além da discussão da Proposta de visita técnica em projetos ligados a recursos hídricos na área.
Na ocasião, o presidente do CBHRS, Deraldo Neto, destacou a importância da iniciativa para uma melhor gestão e compromisso com as pautas pertinentes ao comitê. Segundo ele, as reuniões enriquecem o aprendizado e a partilha de conhecimento entre os membros. “É um momento de interação e discussão das demandas do comitê. Por isso, é importante que os membros participem.”
Neto ainda reiterou a oportunidade de capacitação presente nas palestras, incluindo a programação do encontro regional. “O evento foi muito bom, com palestras extremamente interessantes. Algo que me chamou atenção foi a discussão dos temas tratados ali, como as mudanças climáticas, marco legal”, acrescentou.
