Entretenimento

Bailarino Thiago Alixandre, apresenta registro cênico do espetáculo In-Trópicos

Programação on-line do Coletivo O¹² mostra espetáculo, conferência dançada e oficina

In-Trópicos estreou em 2018eé o trabalho solo mais recente do cantor e bailarino Thiago Alixandre, integrante do Coletivo O¹² e cofundador do Parque da Autonomia, sediado em Votorantim. Premiado pelo PROAC (programa de apoio a cultura) da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 2019, o trabalho do artista ganha uma versão para circulação on-line que consiste na exibição de registro inédito da obra, gravada no Sesc Sorocaba, seguida por uma conferência dançada ao vivo que será exibida pelo Zoom.
 
A programação é gratuita e acontece nos dias 11 e 12 de dezembro, sexta-feira e sábado, a partir das 19h. Para participar, basta acionar o Parque da Autonomia em alguma de suas redes sociais (Facebook | Instagram) , e-mail ou WhatsApp (15.99813-4808) e aguardar pelas instruções. O artista também irá oferecer um workshop gratuito e virtual nos dias 12 e 13 de dezembro, sábado e domingo, das 10h às 12h, com inscrições também realizadas por meio de mensagem nos meios destacados.
 
Nesta obra, Thiago parte de um trágico evento de ordem pessoal – a morte de sua irmã. A fratura na cervical, que levou sua irmã ao óbito, se misturou a metáfora criada pelo filósofo italiano Giorgio Agambem na leitura que faz do poema O Século, do poeta russo Osip Mandel’štam. Na leitura do filósofo, o sujeito contemporâneo é como a fera descrita pelo poeta – um ser da cervical fraturada cujo gesto incapaz de olhar para trás nos impede de conferir nossas próprias pegadas.
 
A partir dessa leitura, o artista compôs uma coreografia que inclui, entre as referências, o barroco, o moderno e o contemporâneo  ao cantar uma ária de Handel (1705), dançar uma das variações de Bach (1741) e misturar a marchinha de frevo do compositor Capiba (1963), eternizada por Alceu Valença numa obra que também inclui recitação de poemas, movimentos inspirados nos golpes de artes marciais e canto no registro da voz de um castrati. Com esses elementos, o artista propõe nesta mestiçagem estética aquilo que reconhece como uma hipótese para ler o corpo no Brasil – a mistura. “É impossível definir uma identidade brasileira, porque somos produtos de uma mistura colonial e é isso que está presente no trabalho: traços que misturam essas referências e constroem nossa história”, diz Thiago.
 
O pianista Cádmo Fausto que foi regente por décadas no Conservatório de Tatuí e artista convidado pelo bailarino japonês Kazuo Ohno (1906 – 2010) em temporada que fez no Brasil, acompanha Alixandre em cena executando as árias.
 
O artista ainda ressalta duas importantes referências na composição de In-Trópicos, ambas relacionadas, em maior ou menor grau, com a questão da morte. Uma delas é Dança Sinfônica (2015), coreografia do Grupo Corpo, cujo movimento emblemático que se repete ao longo da obra é de golpes com as cervicais dos bailarinos. A segunda contempla os trabalhos performáticos da consagrada coreógrafa e bailarina Vera Sala, com quem Thiago trabalha e compartilha questões muito próximas exploradas em suas danças. “Aprendi a morrer vendo a Vera morrer em cena”, conta. Em 2019, Vera Sala convidou Thiago a participar como cantor no trabalho Canteiro de Desobras e, em 2021, os artistas estrearão um novo trabalho juntos já em processo de criação.
 
Já a oficina é uma pesquisa que Thiago vem desenvolvendo há alguns anos e desde 2018 conta com a parceria do músico Anderson Charnoski. A proposta intitulada Orquesografia Sonoro-Espacial consiste na realização de composição de exercícios entre música e dança através de partituração de movimentos e tradução de partituras musicais no corpo. A pesquisa já rendeu um curso que foi lecionado em julho de 2019 no Parque da Autonomia. A segunda edição do curso prevista para 2020 foi impedida pela crise sanitária e ganha agora esta versão online.
 
Sobre Thiago Alixandre
Thiago Alixandre é bailarino e cantor profissional, produtor cultural, presidente do conselho municipal de cultura de Votorantim (2016/2018), professor de Filosofia Política, idealizador e coordenador da iniciativa Parque da Autonomia, graduado em Filosofia e mestrando em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP orientado pela professora e crítica de dança Helena Katz.
 
 
Sobre Cádmo Fausto (pianista)
Mestre em Comunicação e Cultura pela Uniso, aos oito anos iniciou suas aulas de piano. Em sua formação teve grandes mestres como Magdalena Tagliaferro, por quem foi convidado a continuar os estudos pianísticos em Paris. Premiado em diferentes concursos de piano, estudou no Conservatório de Tatuí, Escola Municipal de Música de São e concluiu bacharelado em piano na Universidade São Judas Tadeu. Também atuou como coordenador da área de canto e coral do Conservatório de Tatuí e como coordenador do curso de música da Universidade de Sorocaba – Uniso. Foi o pianista escolhido por Kazuo Ohno para acompanhar o bailarino nas 5 apresentações realizadas no SESC Pinheiros. Foi professor de Coral Infantil no Parque da Autonomia de 2015 a 2019.
 
Ficha Técnica
Criação, direção, canto e dança: Thiago Alixandre
Piano e direção musical: Cadmo Fausto
Preparação vocal erudita: Tathi Mariano
Preparação vocal popular: Marcia Mah
Iluminação: Roberto Gil Camargo.
Preparadora corporal: Ana Teixeira
Produção: Preta Ribeiro
Operador de luz: Junior Terra
 
Serviço
Exibição de registro inédito da obra In-Trópicos + conferência dançada ao vivo pelo Zoom dias 11 e 12 de dezembro, sexta-feira e sábado, às 19h
 
Workshop dias 12 e 13 de dezembro, sábado e domingo, das 10h às 12h
 
Para participar:
Facebook @parquedaautonomia
Instragram @parquedaautonomia
Whats app: (15)998134808
Email: [email protected]
 
Gratuito
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 500 lugares

google newa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo