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Arquiteto explica como escolher o piso para diferentes situações

Márcio Barreto explica propriedades, aplicações e custo-benefício dos acabamentos em porcelanato, vinílico, laminado e cerâmico

Arquitetar a morada dos sonhos se tornou um verdadeiro desafio para quem é inexperiente na escolha dos materiais de construção. A seleção de portas, janelas e até pisos podem gerar futuras dores de cabeça, a exemplo de desníveis, manutenção e limpeza custosa, desconforto térmico — de acordo com a região — e estética desarmônica no cômodo inserido.

Além das desvantagens estruturais, planejar aplicação do material de construção e ter que trocá-lo posteriormente acaba onerando o bolso do consumidor. Segundo últimos dados dos “Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²)”, realizado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), os projetos residenciais no estado variam entre R$ 992 a R$ 2 mil por metro quadrado.

Orientando a escolha correta dos materiais de construção, o arquiteto baiano Márcio Barreto, explica que diversos clientes já alegaram insegurança na escolha dos itens, principalmente relacionados à seleção dos acabamentos para pisos. Entre os mais ofertados pelos vendedores, o profissional destaca o porcelanato, cerâmico, vinílico e laminado, deixando os compradores em dúvida sobre as diferenças estruturais, aplicação e custo de cada piso.

“O primeiro passo é entender a composição de cada material. A cerâmica é composta por argila e minerais, tendo no acabamento da superfície uma pintura esmaltada que pode ser encontrada em diversas cores e padrões. Elas possuem acabamento ‘bold’ (pequena ondulação nas bordas), que marca bem cada peça quando instalada. Os porcelanatos também são feitos a partir das argilas, mas levam materiais mais nobres e seu processo de fabricação é submetido a elevado grau de moagem, prensagem, secagem, alta compactação e tratamento térmico, permitindo que as bordas tenham acabamento reto, uniforme e plano quando aplicado” explica.

Com relação ao piso vinílico, Márcio explica que o material é confeccionado com cloreto de metila (PVC), dando atributos de resistência a água e uma alta variedade de acabamentos, como os porcelanatos e cerâmicos. Sobre o piso laminado, o arquiteto informa que sua composição vem de camadas de materiais derivados da madeira — aglomerado e painéis de alta densidade — impregnada com resina, recebendo uma estampa decorativa, porém, o material apresenta pouca resistência a água.

Segundo Márcio, entender as diferenças estruturais de cada acabamento é fundamental para a aplicação correta dos pisos nos cômodos da casa. Isso porquê o ponto de partida para identificar o melhor acabamento para o piso é verificar se o espaço é uma “área molhada”. Observando quais modelos possuem resistência a água, o arquiteto afirma que a escolha do revestimento ideal evita inchaços e deslocamentos dos pisos, comumente associados ao mal posicionamento das peças no chão.

“Varanda, lavabo, banheiro, cozinha e área de serviço são exemplos de ‘áreas molhadas’, precisando nessas situações usar materiais que suportem bem a água. Normalmente, temos o habito de limpar esses ambientes lavando-os, ou recebem água da chuva, como a varanda. Logo, precisaremos usar nesses locais cerâmica ou porcelanato, pois são materiais super resistentes a água. Isso não impede que em um lavabo ou cozinha seja usado um piso vinílico, porém ele é apenas resistente a água. Nesse caso a limpeza só poderá ser feita com pano úmido, mas não poderá nunca jogar água, pois isso acarretará o descolamento do piso vinílico ou o inchaço do piso laminado”, afirma.

Nas áreas secas (salas, quartos, escritórios, dentre outros), Márcio sugere usar todos os tipos de matérias disponíveis no mercado, preocupando-se apenas com o estilo do ambiente e a sensação ao adentrar o cômodo. O arquiteto baiano explica que os pisos “amadeirados” impressionam pelo aconchego, mas caso o morador opte pelo conforto térmico e acústico aos ambientes, o piso laminado é a escolha correta. Trazendo uma curiosidade, o profissional relata que o piso de porcelanato possui superfície fria, ficando a contragosto de alguns moradores em usá-los nos quartos.

Fazendo uma análise de mercado, Márcio informa que a média de investimento é de R$30,00 para o piso cerâmico, R$ 50 para o porcelanato, R$ 60 para o vinílico e R$ 75 para o laminado. Para saber o valor total ao revestir todos os cômodos da casa, o arquiteto orienta uma conta simples: multiplique o valor médio do piso pela quantidade de metros quadrados. O especialista ressalta que, além de considerar o valor do m² do piso, não pode deixar de inserir na conta o valor do material para aplicação e a mão de obra para a instalação, exercendo total diferença no orçamento.

“Para cerâmicas, o valor médio de assentamento é R$ 35, porcelanato R$ 45, vinílico e laminado R$ 25. Para o assentamento das cerâmica e porcelanatos é utilizada argamassa (R$30,00 para 4 m²), nos vinílicos cola (R$ 119,00 para 13m²) e os laminados funcionam com sistema de encaixe, sem precisar de material para fixa-los. Cada opção terá prós e contras, uma mais cara, outra mais barata, uma envolvendo mais obra e material, outra com prazo de execução mais longo. A escolha do material para o piso não deve ser feita apenas considerando uma promoção ou o prazo de execução. Para escolher de forma certeira, precisa ser avaliada todas as variáveis da escolha. Ninguém disse que seria fácil, mas o resultado é gratificante”, conclui.

Para mais dicas sobre decoração, acesse o site arquiteturadobarreto.com, ou a página do Instagram @arquiteturadobarreto.

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