Educação

Após denúncias de omissão do MEC, defendemos auditoria do ENEM

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas construíram grandes mobilizações, cobrando o Ministério da Educação por um ENEM justo, seguro e democrático nesse momento da pandemia da COVID-19.

A pressão aconteceu tanto pelas redes, no debate com a sociedade civil, organizações, secretários e também judicialmente. As entidades estudantis alertaram insistentemente sobre o descaso do MEC, tanto na organização quanto na condução do exame.

Em entrevista ao Jornal O Globo, publicada nessa segunda-feira, 03.05, o ex-presidente do INEP, Alexandre Lopes, demitido do cargo em fevereiro, expôs a negligência do Ministério da Educação, com omissão do ministro Milton Ribeiro no processo de aplicação do ENEM e, ainda, prevê que em 2021 o exame não aconteça por falta de recursos.

Assim, o que já era denunciado, agora é declaradamente constatado.  Diante desse cenário, a UNE e a UBES defendem que medidas urgentes sejam tomadas para que sejam dadas explicações sobre o processo de aplicação do ENEM 2020, inclusive por meio de investigação e auditoria, com o objetivo de preservar esse programa e evitar que estudantes sejam novamente prejudicados ou que o acesso à Universidade se torne ainda mais restrito.

Não aceitaremos que o principal mecanismo de ingresso dos estudantes ao ensino superior perca credibilidade e eficiência, diante de tantos tropeços, e descaso. A criação do Exame e sua ampliação foi uma bandeira de luta histórica do movimento estudantil e o seu processo de desmonte que começou em 2019, com o “pior Enem de todos os tempos”, com erros na correção, conseguiu ser ainda pior em 2020, com tantas turbulências, falta de diálogo, em um momento de insegurança sanitária, candidatos barrados em salas lotadas, recordes de abstenção e também, novamente, problemas nas notas e falta de transparência na correção das redações.

Com isso,  uma geração inteira será afetada no acesso ao ensino superior. Ressaltamos, que o aparelhamento ideológico do MEC nesses pouco mais de dois anos do Governo Bolsonaro tem gerado danos ao futuro da educação, em todos níveis educacionais, que levarão anos para serem corrigidos.

Não bastasse os efeitos de não ter projeto de investimento, os cortes orçamentários e a ausência de soluções, com o indefensável  veto ao projeto de conexão aos estudantes de baixa renda para  resolver a falta de acesso à internet ( PL 3477/20), durante a pandemia,  o governo Bolsonaro coloca como prioridade – nesse momento de crise que atravessamos – , a pauta de costumes, o projeto de lei do Homeschooling, com total desconexão das urgência dos estudantes e dos brasileiros.

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