Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou sobre os riscos de tratamentos para o novo coronavírus (SARS-CoV-2) que utilizam Ivermectina — remédio normalmente indicado para o combate de vermes e parasitas. De acordo com o órgão, não há comprovação científica de que a ivermectina seja efetiva no tratamento da Covid-19.
Se por um lado não há comprovações da eficácia do anti-parasitário, por outro lado está documentando os efeitos colaterais e os riscos do uso do medicamento sem prescrição médica.
“No caso da Ivermectina, os principais problemas (eventos adversos) são: diarreia e náusea, astenia [perda da força física], dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos; em relação ao sistema nervoso central, podem ocorrer tontura, sonolência, vertigem e tremor. As reações epidérmicas incluem prurido, erupções e urticária”, afirma a nota da Anvisa.
A questão principal é que ainda não existem estudos conclusivos que apontam para o uso seguro desse medicamento no tratamento da Covid-19.
“Assim, não há recomendação, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, pontua a Anvisa.
“Ressaltamos que a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde. O uso de medicamentos sem orientação médica e sem provas de que realmente estão indicados para determinada doença traz uma série de riscos à saúde”, alerta o órgão de vigilância sanitária.
No cenário de tratamentos para a Covid-19, o Brasil não tem um medicamento específico para esse fim, somente para os sintomas de pacientes com o novo coronavírus.
“Os medicamentos atualmente aprovados são utilizados para tratamento dos principais sintomas da doença, como antitérmicos e analgésicos. Para casos em que há infecções associadas, recomenda-se usar agentes antimicrobianos (antibióticos)”, esclarece a Anvisa. O que acontece é que determinados medicamentos podem ser usados em situações especiais, como pesquisas científicas.