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Alienação e fanatismo político – A cegueira que acomete negros no Brasil

Por Benjamin e Silva

Quando defendo que o ensino da História e da Geografia devem ser levados com mais seriedade nas escolas, é simplesmente porque elas podem dar ao aluno subsídios para que ele compreenda, de forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e nela interfira de maneira consciente e propositiva.

Enquanto nos EUA, e em alguns países europeus (de maioria da população branca) o movimento “Black lives matter” (vidas negras importam), manifestações antirracistas inflamadas pela morte do negro George Floyd, que morreu em 25 de maio de 2020, depois que o policial Derek Chauvin, de Minneapolis, nos EUA, se ajoelhou no pescoço de Floyd por pelo menos sete minutos, enquanto ele estava algemado e deitado de bruços na estrada, ganha corpo e tenta transcender a realidade racista por lá, aqui no Brasil (país de maioria da população negra) o fanatismo político gera verdadeiras aberrações, dadas à alienação e às faltas de percepção, consciência da realidade e criticidade que permeiam os brasileiros.

Demonstrando total desprovimento de conhecimento histórico, servindo de massa de manobra para uma elite branca e racista, que sob a égide do discurso antipetista e a favor do atual presidente, alguns negros no Brasil saem às ruas fazendo gestos e vestindo camisas com símbolos nazistas e antissemistas, como a suástica, como faziam os apoiadores do genocida Adolf Hitler.

O grupo autoproclamado “300 pelo Brasil”, ontem, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), protestou com máscaras e tochas, imitando a Ku Klux Klan (KKK), uma organização terrorista que surgiu nos Estados Unidos, na virada de 1865 para 1866, logo após a Guerra Civil Americana. Esse grupo foi criado para promover os ideais do supremacismo branco, ideais racistas que promovem a segregação e o ódio contra negros. O grupo surgiu com o intuito de atacar negros e defensores dos direitos civis para os afro-americanos.

São várias as atitudes supremacistas brancas, que vêm sendo difundidas nessas manifestações, mas, para muitos, passam despercebidas uma vez que há um negacionismo do racismo estrutural existe na sociedade brasileira. O ato de beber leite puro, que alguns bolsonaristas e o próprio presidente, o Führer brasileiro, e seus filhos compartilham em transmissões feitas em suas redes sociais é uma delas.

Mas, o que esperar de um país onde pessoas, negras inclusive, sem sequer terem conhecimento do trabalho que ela desenvolvia, vilipendiam a memória vereadora do Rio de Janeiro, Mariele Franco, que foi brutalmente assassinada por ser uma voz em defesa dos negros?

O que dizer do fato do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, nomeado pelo atual governo para dirigir a entidade que‎ tem o intuito de promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira, defender a extinção do movimento negro e dizer, entre outras coisas, que o Brasil tem um “racismo nutella”, e que a escravidão foi “benéfica para os descendentes” ?

Triste Brasil!

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