Educação

Abordagem religiosa nas escolas orienta jovens ao respeito às diferenças

Ensino enfrenta desafios como defasagem e panfletagem na educação.

O enfoque religioso nas escolas segue pautando debates no âmbito familiar e educacional. Embora a implementação da disciplina encontre resistência por parte de pais e alunos, a educação religiosa — sob condição facultativa no país — faz parte da formação básica do cidadão, conforme previsto na Lei nº 9.394.

Sancionada em dezembro de 1996 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), a Lei nº 9.394 está incorporada à LDB — Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, documento que regulariza a educação brasileira sob os princípios da Constituição Federal.

Assegurando às novas gerações o respeito das diferentes crenças presentes no estado desde a primeira versão da LDB em 1961, sob assinatura do então presidente João Goulart, o país ainda esbarra no preconceito religioso após 60 anos da oficialização do ensino facultativo. Tendo também completado 130 anos de estado laico em 7 de janeiro, o Brasil tornou a registrar um aumento no número de denúncias por intolerância religiosa (56%), conforme balanço do “Disque100” em 2019.

Segundo o umbandista e pré-candidato a vereador de Salvador, Carlos Lopes, a intolerância e o preconceito religioso são combatidos com um apelo maior na educação fundamental, orientando alunos desde pequenos ao conhecimento abrangente e com bases mais estruturadas das crenças e culturas presentes no Brasil e no mundo.

“A desinformação leva os indivíduos a fomentarem o preconceito contra as religiões, e por sua vez, as suas culturas. Abordar a religião em instituições de ensino leva as crianças a conhecerem mais as vertentes culturais que temos hoje em dia. É possível sim viver em paz mesmo com crenças distintas. O Deus é o mesmo, é preciso respeitar o direito de escolha do outro”, explica.

Para Carlos, a pluralidade de crenças no Brasil torna o país mais rico em tradições e conhecimento histórico, além de assegurar a liberdade de escolha como pilar democrático. De acordo com projeções do Instituto Pew, até 2030 os brasileiros não serão majoritariamente católicos, população que representa 50% dos fiéis espalhados pelas unidades federativas. De acordo com o umbandista, essa estimativa demonstra a abundância nacional no quesito religioso.

“O Brasil possuí diversos grupos religiosos e isso é importante para a manutenção de uma cultura rica e de fácil acesso. Pluralizar cada vez mais as crenças significa levar o conhecimento para a população sobre outras tradições, por isso a necessidade de reforçar o ensino religioso plural nas escolas, trazendo vertentes que historicamente não foram tratadas com o devido respeito. Com grupos cada vez mais segmentados, as novas gerações devem ser ensinadas sobre diversas religiões, estimulando o diálogo e convivência entre diferentes, reduzindo substancialmente os índices de preconceito religioso no futuro”, projeta o pré-candidato.

Morador do Pau Miúdo em Salvador, o universitário de 21 anos, Samuel Nepomuceno, acredita que o ensino religioso deve mostrar a diversidade cultural do mundo e o papel do cidadão dentro da sociedade e da religião. Cofundador do projeto educacional “Doses da História” e graduando de Licenciatura em História, o jovem entende que a aplicação incorreta das orientações da LDB e a “panfletagem” religiosa configuram ainda os principais desafios para a implementação eficaz do estudo das religiões.

“Não temos uma garantia, atualmente, de que esse ensino está respeitando a pluralidade, assim como não sabemos se os alunos estão por vontade própria nas aulas de religião. Do contrário, se a gente conseguisse vencer esses empecilhos, eu acredito ser possível a implementação. Quando a gente fala sobre religião, nós estamos dialogando sobre várias sociedades que pregam inúmeros aspectos culturais. Esse ensino seria importante, também, para integrar a formação educacional do cidadão em matérias como sociologia e história”, conclui.

Para entrar em contato com o pré-candidato Carlos Lopes, acesse a página do Instagram @carlosaa_lopes, entre em contato através do WhatsApp 71 98885–3464 ou e-mail [email protected].

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